A mala

Ah que experiência desagradável! 😭

Não na ministração, nem com os irmãos que me receberam.

Tivemos tempos maravilhosos de ministração ali na Bahia! Na metade da semana iríamos para um acampamento, para as últimas ministrações.

Nas viagens costumo levar meus materiais: meus livros, CDs, etc. Saí da casa dos irmãos onde me hospedei e peguei a mala de material. Um ônibus da igreja levaria a todos para esse acampamento, e de lá eu já iria para o aeroporto pra voltar pra Minas Gerais. 

Como a igreja ficava a poucas ruas dali, resolvemos ir a pé. E bem naquelas ruas de pedras a mala de produtos quebrou a rodinha (lembro-me de ter pesado essa mala no aeroporto e tinha sido necessário pagar excesso de bagagem). Só havia camisas, CDs e livros – produtos pesados.

O problema é que faltavam uns bons metros para chegarmos na igreja. Para resumir, só posso dizer que foram momentos tensos. Tivemos um trabalho enorme com quase 30 quilos de mala. Que tamanha dor de cabeça uma rodinha quebrada causou! Por pouco não perdemos o ônibus da igreja!

Sem contar a vergonha de passar nas ruas com as pessoas olhando todo aquele tumulto e correria louca sem entender nada.

Não havia tempo pra comprar outra mala, então fui para o aeroporto com aquela mala sem roda. Nunca mais quis ver uma mala que sequer me lembrasse dela. A raiva que passamos foi tão grande que não quis consertá-la. Joguei fora para nunca mais ver!

E quando eu fui jogar fora, A VOZ DE DEUS falou ao meu coração. Sabe aqueles momentos onde Deus interrompe nosso raciocínio? Fiquei surpresa porque não esperava que Ele fosse falar comigo num instante tão aparentemente insignificante. Estava só jogando uma mala fora.

“O mundo desvaloriza o que é quebrado. É mais prático escolher jogar fora e comprar outro novo. O que é quebrado não presta, não vale nada! Mas EU? Eu não posso usar um filho meu se ele primeiro não for QUEBRADO. Primeiro preciso QUEBRAR para depois poder usar! Eu vou quebrar e fazer de novo. Se não passar por esse quebrantamento jamais não poderei usar!”

Deus, em sua Palavra, nos assemelha a vasos de oleiro, e já chegamos com “formas”, “formatos” que Ele precisa quebrar e refazer! Conceitos e idéias. “Achismos” e fórmulas que criamos. Teologias vazias que criamos para defini-Lo, porém acabam por limitá-Lo. E então vem Deus! Com Sua voz doce, porém firme nos diz:

“Dá-me tudo isso ou não poderei usar-te”.

Por alguns momentos relutamos. Mas quando finalmente entregamos a Ele tudo o que temos, basta olhar e vê-Lo QUEBRAR ESSAS COISAS – uma a uma! Quebrar? Sim! Sem dó nem piedade.

Que desespero! Que dor! Quanto sofrimento é ter que sacrificar sonhos e projetos. Quão doloroso é abrir mão de talentos e de como queremos usá-los! Ainda mais sacrificial do que abrir mão é ver o Oleiro QUEBRAR o que custamos a Lhe entregar.

Mas o que não entendemos é que não vemos como Ele vê. Ele, na sua infinita grandeza, consegue enxergar o VASO JÁ REFEITO, JÁ MOLDADO. Por isso sofremos tanto. Ele consegue ver o NOVO PRONTO. Nós só enxergamos o velho que está dolorosamente sendo quebrado!

Ah, existe um segredo que você e eu precisamos entender de uma vez por todas – o segredo de que o vaso nunca deve discutir com o oleiro:

“Vós tudo perverteis, como se o oleiro fosse igual ao barro, e a obra disseste do seu artífice: Não me fez; e o vaso formado dissesse do seu oleiro: Nada sabe".

(Isaías 29:16)

 "Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?"

(Romanos 9:19-21)

A postura correta que precisamos ter é:

“Mas agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai; nós o barro e tu o oleiro; e todos nós a obra das tuas mãos.”

(Isaías 64:8)

Deixe Deus quebrar. Ele não quebra para jogar fora, Ele quebra para refazer! E quando Ele refaz é glorioso!